Gestão Cultural será tema de oficinas no Estado de São Paulo

 

Atendendo ao convite das Oficinas Culturais mantidas pelo governo do Estado de São Paulo, a ex-secretária de Cultura de Ourinhos, Neusa Fleury coordenará oficinas de gestão cultural nas cidades de Presidente Prudente (5/5), Araçatuba (6/5) e Bauru (7/5).

 

Com vasta experiência na área, Neusa Fleury propõe uma discussão sobre gestão e produção cultural, apresentando mecanismos de incentivo (Lei Rouanet, ProAC e leis municipais) e fundamentos para a organização de projetos culturais. Neusa é coautora dos livros “Um olhar sobre a presença japonesa em Ourinhos” e “Divina Comunhão: festa de todos os sons – 10 anos do Festival de Música de Ourinhos”.

 

Reconhecida por seu trabalho à frente da Secretaria de Cultura de Ourinhos e responsável por importantes projetos desenvolvidos na cidade, Neusa continua sua luta na defesa das políticas públicas na área da cultura. Em entrevista ao site tertuliana ela fala sobre a atividade que vai coordenar e a importância de compartilhar sua experiência com outros profissionais, a preocupação com a promoção da leitura, além de comentar as notícias de fechamento de várias oficinas culturais do interior do estado.

 

Para se informar sobre a programação das oficinas culturais acesse http://www.oficinasculturais.org.br.

 

Tertuliana: O que você espera desses encontros com gestores de outras regiões do estado?

Neusa: Vivemos um momento de crise econômica e no meio disso as ações culturais têm sido desvalorizadas e até questionadas sobre a sua importância. Esses encontros podem servir para valorizar o profissional da área, lembrando a importância da cultura na manutenção da qualidade de vida e as parcerias com a educação. Esses encontros também favorecem a troca de experiências entre os gestores culturais, que geralmente trabalham isolados. Isso é muito saudável e produtivo.

 

Tertuliana: As parcerias e o apoio direto aos produtores culturais tem sido uma característica em muitas cidades. Sua experiência profissional comprova que esse caminho é possível?

Neusa: Acho que esse é o caminho. Existe uma capacidade de criação e organização dentro das comunidades, e é preciso que isso seja fomentado. Os editais de cultura revelam novos artistas e fomentam a produção e circulação cultural.

 

Tertuliana: Como secretária de cultura, e também em sua coluna semanal publicada no Jornal Novo/Negocião, é evidente sua preocupação com o incentivo à leitura. Você acha que o Brasil avança na formação de leitores?

Neusa: Existem muitos esforços, mas são insuficientes. O país falhou em seu projeto de educação, e a formação de leitores depende da ação da família e da escola. A profissão de professor está tão desvalorizada que hoje os jovens se afastam dela. Apesar de indústria editorial ter crescido e pipocarem feiras literárias por todo o país, nossa situação é de calamidade, é só analisar as deficiências básicas de leitura e compreensão de texto apresentadas pelos jovens que ingressam no mercado de trabalho.

 

Tertuliana: Você concorda que, em momentos de crise, a área cultural é a primeira a pagar a conta? Não deveria ser o contrário?

Neusa: Isso acontece em um país subdesenvolvido como o nosso, em que professores são desvalorizados e mal pagos, e as ações relacionadas à aquisição de conhecimentos ficam em segundo plano. Não vamos evoluir se isso não for mudado. Em tempos de crise econômica seria muito melhor manter e aumentar os incentivos culturais, que representam pouquíssimo em termos de dinheiro nos orçamentos públicos de todas as esferas. As pessoas estariam mais preparadas e com mais capacidade para entender e enfrentar a situação.  Ações culturais valorizam a identidade de um povo, reforçando o sentimento de nação, indispensável para se enfrentar as dificuldades.

 

Tertuliana: Como você recebeu a notícia de que várias oficinas culturais instaladas no interior do Estado serão desativadas?

Neusa: A presença do Estado é pouco sentida na área cultural no interior. Algumas oficinas foram instaladas há mais de 20 anos, e trouxeram dinamismo, servindo de modelos de gestão em regiões onde não existia ação cultural por parte dos governos municipais. O principal trabalho dessas oficinas é de formação cultural, e essa ação foi muito importante em diversas regiões. Esse desmonte, além de significar o afastamento do Estado das ações culturais no interior, deixa uma lacuna num momento em que os governos dos municípios e estados terão que preparar seus planos de cultura. Em momentos como esse é ainda mais necessária a mobilização de todos os envolvidos, como artistas, produtores e gestores culturais. 

 

 

Oficina Cultural Timochenco Wehbi

Avenida Manoel Goulart, 2651 - Anexo 1 - Vila Santa Helena - Cep: 19015-241 - Presidente Prudente/SP

Telefone: (18) 3222-3693 / 3221-2959 | O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

Oficina Cultural Silvio Russo

Rua Conselheiro Oscar Rodrigues Alves, 169 – Centro - Cep: 16010-330 - Araçatuba/SP

Telefone: (18) 3625-5357 / 3441-1488 | O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes

Rua Rio Branco, 18-40. Vila América - CEP: 17014-037 - Bauru-SP

Telefone: (14) 3281-3074 | (14) 3214 4256 - O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.