Já não podia mais. Necessitava respostas, não agüentava mais viver oprimido por uma dúvida que lhe consumia.
Saiu de casa em busca do Sábio Ermitão, que vivia sozinho nas montanhas, embora sua localização exata fosse desconhecida. Perguntou, procurou, interrogou, indagou. Recebia indicações vagas, imprecisas. Minha avó dizia que ele vivia numa montanha ao leste. Minha mãe falou que ele vive ao norte, ou será ao sul?
Sua busca se estendeu por anos. Ele próprio já adquiria ares de eremita, a barba comprida, as roupas esfarrapadas. Recolhia cacos de informação, fazia anotações no seu velho mapa, escalava montanhas em busca do sábio que lhe responderia a pergunta que há anos martelava sem cessar em sua cabeça.
Finalmente, sua busca teve fim. No topo de uma montanha no fim do mundo, encontrou o Sábio Ermitão, sentado no cume em posição de lótus. Antes que pudesse dizer algo, o eremita advertiu:
- Pense bem, pois só responderei uma pergunta.
Nesse momento, titubeou. Não havia em que pensar. Afinal, há anos buscava uma resposta para a famigerada pergunta que não lhe dava paz. Entretanto, percebeu que após todos esses anos de viagem, outra pergunta nascera, ainda mais inquietante que a anterior.
- Sábio Ermitão... qual caminho me levará de volta para minha casa?