No dia 21 de outubro a Sala de Leitura da EE Domingos Camerlingo Caló recebeu alguns dos autores premiados no 7° Concurso Regional de Poesias, projeto coordenado pelo poeta e artista plástico Cícero de Pais. Na ocasião os autores receberam exemplares do livro que reúne as poesias premiadas na sétima edição do concurso. Também aconteceu um rápido sarau, onde autores e convidados leram algumas poesias.
Cícero de Pais fez uma breve avaliação do projeto, ressaltou a importância do estímulo à leitura, e lembrou que vários alunos da EE Domingos C. Caló estão entre os premiados. Também estiveram presentes professores, artistas e representantes da Associação de Amigos da Biblioteca Pública – AABiP, como a ex-secretária de Cultura Neusa Fleury e Rogério Singolani, presidente da entidade que é parceira do projeto.
Neusa Fleury parabenizou os organizadores do concurso e destacou também a importância do trabalho realizado pelas professoras Margarida e Leila, coordenadoras da Sala de Leitura da escola. “O trabalho realizado no Caló mostra que é possível trabalhar de forma criativa a literatura no ambiente escolar, estimulando os alunos a ler e produzir poesias”, destacou Neusa.
Confira aqui as poesias dos três primeiros colocados de cada categoria do 7° Concurso Regional de Poesias (2014).
Teus olhos
Marcos Antonio Turatti Junior - 1º Lugar – Categoria Adulto - Marilia - SP
Talvez os olhos de Capitu tenha herdado;
Esse olhar que eu gosto , minha cara
Fixo , que me alucina , que me encara
E me faz render por amor ao teu lado
Se tu me amas , duvida o intrigado
Sentimento ígneo que em mim não sara.
Tua experiência e beleza rara
Sublimam meu conforto e bom estado
Curo-me disso , com um bom alarde :
"Quero ser pra sempre teu !", assim exclamo .
Antes que ate na ilusão seja tarde
Quando o “sim” vier dos olhos que gamo
Perdoe-me pelo romance covarde
E permita-me dizer que eu te amo.
Água Batida
Maico Fernando Costa - 2ª Lugar – Categoria Adulto - Assis-SP
A vida é um moinho
que se faz inteiro sozinho
Passa água batida de lampejo
Não cabe aqui este pobre sertanejo.
Sai na corrida pela glória,
seu infortúnio flui ao notório
É evidente que não sabe
Está certo que não vale.
Desmentido de pura sorte cá
Vai aos cantos gritar prantos
por noites imundas seu canto.
Inunda-me sua ilha mal-montada!
Incólume, seu orgulho. És ensaiado
Tua face de amostra intencionada.
Sou este, o pobre sertanejo
Entoando uma história de gracejo,
na lida dum mato cangaceiro.
Como um rio
Melice Oliveira - 3º Lugar – Categoria Adulto - Ourinhos-SP
Sou como um rio,
sou repleto de águas calmas e correntes...
Sou inacabado, careço de afluentes que venham me acrescentar,
careço de chuvas que venham me completar!
Isso me transforma.
Eu levo o que encontro pela frente
faço curvas lentamente
passo as pedras e despenco em cachoeiras,
me experimento em novos rumos e direções
vou serpenteando e marcando o meu destino sobre as rochas.
As flores enfeitam minhas margens
e como se contemplando meu mistério recebessem a brisa das minhas águas.
Eu me faço e me refaço o tempo todo,
há os que em mim navegam
na minha superfície deslizam inebriando-se de liberdade,
a beleza de minhas profundezas poucos exploram
mergulham e participam do meu mundo
suas formas e transparências...
Em meu nascimento sou fluente
em meu destino sou encontro
sou as águas em curso simplesmente.
Lágrimas ocultas
Beatriz Cristina Figueiredo da Silva - 1º Lugar – Categoria Jovem - Ourinhos – SP
Se me ponho a cismar em outras eras
em que ri e cantei, em que era querida,
parece-me que foram outras esferas,
parece-me que foram outra vida...
E a minha triste boca dolorida
que dantes tinha o rir das primaveras
esbarra nas linhas graves e severas
e cai num abandono de esquecida!
E fico pensativa, olhando o vago...
toma brandura plácida dum lago
o meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, brancas e calmas,
ninguém as vê cair dentro de mim!
Desafio
Alexandre Luiz Torquato Severo - 2º Lugar – Categoria Jovem - Ribeirão do Sul – SP
Não sou barqueiro de vela,
mas sou um bom remador.
No lago de São Lourenço
dei prova do meu valor!
Remando contra a corrente,
ligeiro como a favor
contra a neblina enganosa
contra o vento zumbidor!
Sou nortista destemido,
não gaúcho roncador
no lago de São Lourenço
dei prova do meu valor!
Uma coisa só faltava
no meu barco remador
ver assentado na popa
o vulto do meu amor...
Mais isso era bom demais
sorriso claro dos anjos
Graça de Nosso Senhor!
Flor
Vitor Henrique Gama Rodrigues - 3 Lugar – Categoria Jovem - Ourinhos – SP
Ah, doce Carla,
mulher esperançosa,
outrora já fora princesa de carmesim
de um jardim
que floresceu alecrim.
Ah, amável Carla,
sua rosa me espeta,
e me sangram amores,
tais amores guardam sorrisos,
em meio a narcisos.
Ah, carinhosa Carla,
teus beijos me agradam,
como uma flor a vermelhada,
o néctar de seus lábios,
trazem-me mais vida.
Ah, adorável Carla,
como uma abelha,
acaricio o seu corpo,
emprestando seu pólen,
para criar uma vida.
Ah, minha senhora Carla,
teus sorrisos,
de uma flor amarelada,
me desperta de manhã cedo,
ou numa noite enluarada.
Professor
Maria Eduarda Christoni da Silva - 1º Lugar – Categoria Mirim - Ourinhos – SP
Aquele que ensina
e aprende também
para isso não precisa de rima
o professor ajuda a fazer o bem.
Com um grande sorriso
passa a lição
sei que é bem difícil
mas ensinam a fazer a resolução.
Normalmente são pessoas comuns
mas depois viram super heróis
para derrotar as dúvidas
e ajudar todos nós.
O jardineiro Benjamim
Caroline da Silva Santana - 2º Lugar- Categoria Mirim - Salto Grande – SP
Estou em um jardim
de repente vejo o jardineiro Benjamim
Seus olhos eram azuis
como o céu é azul.
Então ele me olha
logo agora
aí a gente conversa
e a conversa acaba.
E ele vai embora
nesta mesma hora.
E é assim
que conheci o jardineiro Benjamim.
Que me apaixonou
e me encantou
tanto assim
naquele jardim.
A bailarina
Julia Renata de Souza - 3º Lugar - Categoria Mirim - Ourinhos -SP
A bailarina graciosa
sobe na ponta dos pés
A bailarina melindrosa
vai pelo caminho, silenciosa,
e não volta outra vez.
A bailarina elegante
dança tudo e mais um tanto.
A bailarina distraída
erra tudo e se irrita.
A bailarina educada
é muito bem tratada.
A bailarina invejosa
é sempre gananciosa.
A bailarina corajosa
enfrenta tudo de uma vez.
A bailarina acanhada
entra no palco remodelada.
A bailarina não deve ser competidora.
A bailarina nasceu
para representar no palco
e brilhar!