Entrevista com a escritora Fernanda Saraiva Romero

“Graça, a garça”, novo livro de Fernanda Saraiva, será lançado na Biblioteca Tristão de Athayde

A escritora ourinhense Fernanda Saraiva Romero lança mais um livro infantil da Coleção Meu Livro de Dormir. “Graça, a garça” será lançado no dia 08 de outubro, às 20h, na Biblioteca Municipal Tristão de Athayde. A autora já publicou “Clara clarinha de ovo de galinha”, “Histórias ao pé do ouvido”, “Uma história de outro jeito” e “Din-Din, o Pinguim”, todos dedicados ao público infantil. O lançamento conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e da Associação de Amigos da Biblioteca Pública (AABiP). Confira entrevista realizada com a escritora:


Existe diferença para o escritor ter seu texto impresso da forma tradicional, no papel, ou num tecido formando um brinquedo, como é o caso do livro que está lançando agora?

Fernanda - Não vejo diferença na tarefa da escrita, mas para os leitores, creio que sim, porque a coisa veiculada muda quando mudamos o seu suporte.

 

Pelo fato de se constituir em um brinquedo para crianças bem pequenas, não fica limitada a faixa de idade dos seus leitores?

Fernanda - Sem dúvida, os livros da coleção “Meu Livro de Dormir” são brinquedos destinados a crianças bem pequenas, e isso é fator de restrição de público. Mas é com elas que pretendo fazer contato através dos meus textos, e a solução é encarar esse fato e continuar produzindo mesmo assim.


Quais as dificuldades em escrever um texto tão sintético?  Não sente vontade de escrever uma história mais elaborada, com texto mais longo?

Fernanda - Não sinto dificuldades em escrever textos tão sintéticos. Sei que meu alvo são as crianças bem pequenas, que só conseguem se ligar a historias curtas devido ao seu baixo nível de atenção. Aí me imagino contando uma historia para elas, e os textos saem assim, adaptados ao tamanho dos pequeninos. Não escrevo pensando somente no público-alvo e é comum que a história me leve por onde ela quer, o que significa começar a escrever e acabar produzindo roteiros e consequentes textos curtos ou longos.

 

Como foi a aceitação de “Din-Din”? O que a inspirou a escrever “Graça, a garça”? 

Fernanda - A aceitação do Din-Din, segundo a avaliação da equipe do Armazém Todas as Coisas, superou em muito nossas expectativas. E o melhor de tudo são os relatos: "Meu filho, neto ou sobrinho dorme agarrado ao Din-Din, trocou seu ‘cheirinho’ (aquela fralda, toalhinha ou mantinha) pelo seu livro, deu brigadeiro para o Din-Din comer!" Ou ainda: "Resolvi meu problema de comprar livros para presentear crianças que não os veem como presente; agora que ele é também brinquedo, elas não reclamam mais quando lhes dou um livro!". 

 

A confecção do livro é quase artesanal. Quais as dificuldades por ter optado por essa prática? E as vantagens?

Fernanda -Enfrentamos a dificuldade de não poder produzi-lo em larga escala, porque nossa equipe não trabalha ainda de forma completamente automatizada; mas esperamos resolver esse problema com o correr do tempo e o desenvolvimento de nosso trabalho. Além disso, para atingir um de nossos mais caros objetivos - resgatar brinquedos antigos, aqueles que não funcionam ligados a uma tomada - a "pegada" artesanal nos pareceu ser o melhor caminho e a grandevantagem dessa coleção de livros.


Você produz textos dirigidos para adultos? Como foi essa opção de escrever para crianças?

Fernanda -Sim, também escrevo textos para adultos, mas como sou encantada por criança, a literatura infantil foi a opção que mais me atraiu e é aquela à qual me dedico com quase exclusividade. Tenho textos mais longos e elaborados, que não são conhecidos, porque ainda não os publiquei.


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