Textos serão produzidos a partir das memórias de infância

A programação do A(o)gosto das Letras começou logo cedo nesta quarta, 21. Às 10h, os atores Leandro Faria e Rúbia Rochetto realizaram leituras de crônicas de Rubem Braga e Euclides Rossignoli no Colégio Super Ensino. Essas leituras continuam amanhã e sexta, na ETEC Jacinto Ferreira de Sá e na EE Domingos Camerlingo Caló.

No período da tarde teve início, na Biblioteca Tristão de Athayde, a oficina “Ilustração e memória” coordenada por Lara Haddad, atividade voltada às pessoas com mais de 60 anos. Lara é ilustradora formada na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), mestre em Estudos Culturais (UEL), professora do curso de Artes Visuais e coordenadora da Pós-Graduação em Ilustração (UNOPAR). Lara é idealizadora da Competitiva Nacional de Ilustração e coordenadora do Projeto Ilustres Idéias que desde 2003 utiliza a linguagem da ilustração infantil em cursos, palestras e workshops para estimular a criatividade, ludicidade e resgate de memórias de infância com adultos e idosos.

Muitos idosos ainda se encontram às margens da sociedade, porém não só acreditam que podem, como necessitam continuar a produzir. Segundo Lara, a arte pode funcionar como força propulsora para romper barreiras e redimensionar o espaço dos idosos dentro da sociedade. “A produção artística e cultural não é limitada por fronteiras de idade e sim por aspectos sociais que inibem o processo criativo”, explica a professora.

Estima-se que em 2025 o Brasil estará entre os seis países com maior número de população idosa do planeta. Diante do fato de que a população mundial está envelhecendo, é preciso romper os preconceitos existentes em relação à velhice e passar a conhecer a forma de vida e os anseios desta geração.

A oficina “Ilustração e Memória” foi estruturada para dar condições aos seus participantes de produzirem livros infantis, a partir de experiências vividas na infância. As atividades promovem o resgate das memórias afetivas de cada aluno em forma de bate-papo informal. Essas conversas são registradas e depois usadas como ponto de partida para a criação do texto literário. Com o texto em mãos, dá-se início ao processo de criação do texto visual de cada história narrada. Desconstruir a ideia que a maioria dos participantes traz, de que são incapazes de desenhar, de pintar e de criar é o desafio facilmente vencido à medida que as oficinas vão se desenvolvendo, propiciando que cada participante encontre o seu próprio percurso criativo.