LINEU BRAVO

O LUTHIER DOS GRANDES VIOLONISTAS BRASILEIROS

Guinga, Ulisses Rocha, Yamandú Costa, Maurício Carrilho, Marcus Tardelli, Alessandro Penezzi, Chico Buarque, Juarez Moreira, estão entre os clientes de Lineu Bravo, o luthier que começou brincando com os restos de madeira da oficina de seu pai e hoje constrói artesanalmente violões para os grandes músicos brasileiros.

Além do violão clássico, Bravo produz também cavaquinhos, bandolins, violão tenor, viola caipira e violão aço (brasileiro). Filho de imigrantes espanhóis, Lineu Bravo passou a infância em Sorocaba, onde seu pai possuía uma marcenaria. Aos 10 anos começou a tocar cavaquinho, e aos 14 construiu seu primeiro instrumento, um cavaco, feito de ma-deira compensada na oficina de seu pai.

Foram 20 anos construindo instrumentos como 'hobby', até que o artesão se deparou com um verdadeiro violão de concerto. “Aquilo aguçou-me a  sensibilidade e, curioso, passei a investigá-lo com minúcia. Resolvi que podia. E fiz”, conta Lineu Bravo.   

Lineu Bravo estará em Ourinhos durante o IX Festival  de  Música. Ele conversou com o Balaio Cultural sobre seu trabalho e sua vinda para a cidade.

 

Há quanto tempo você se considera profissional em lutheria e quais são os seus principais instrumentos?

Comecei a exercer esta atividade profissionalmente há 8 anos, quando fiz meu primeiro violão. Antes disso havia feito alguns cavacos e bandolins pa-ra mim mesmo, pois sou chorão, solista desses instrumentos. Não tenho qualquer formação acadêmica em acústica, nunca fiz cursos de lutheria nem trabalhei com outros profissionais. Tudo o que sei fazer aprendi fazendo.

 

Como foi o processo de aperfeiçoamento da qualidade de seus instrumentos, a ponto deles tornarem-se tão populares entre os grandes violonistas brasileiros?

O que sempre fiz - e faço até hoje - é ouvir com muito cuidado as opiniões dos músicos. Levei meu primeiro violão pa-ra um professor de violão clássico e pedi pra ele dizer tudo o que ele não gostava no instrumento para que eu pudesse melhorar no próximo. Assim continuei tentando entender quais as expectativas dos músicos e como supri-las. Hoje, boa parte dos meus ídolos tocam com os meus violões, pois nessas "consultas" alguns acabavam por encomendar um vio-lão e o boca-a-boca foi virando uma bola de neve.

 

Você conta que aprendeu a fazer seus instrumentos na prática. Como é seu relacionamento com a madeira, com a construção de cada peça de seus instrumentos?

Tenho uma forma própria de entender a vibração da madeira, de forma completamente intuitiva e essa é a minha principal ferramenta. Com o passar do tempo, continuei procurando sempre músicos mais exigentes e assim meu trabalho foi e continua se desenvolvendo. É muito interessante como as necessidades e expectativas de diferentes músicos variam de acordo com o estilo musical de cada um, o que me força a fazer instrumentos com o máximo de qualidade possível, quanto à sonoridade, afinação, conforto, beleza etc.

 

Você vai trazer a Ourinhos alguns de seus instrumentos? Os músicos interessados poderão fazer encomendas?

Está sendo uma honra  participar do Festival de Música de Ourinhos, onde pretendo estar à disposição dos participantes de quinta até domingo para conversar, tirar dúvidas e mostrar instrumentos. Pretendo levar violões de seis e sete cordas e um cavaco.

Tertuliana DOCS
Acervo
Periódicos
A Cidade de Ourinhos A Folha de Ourinhos (1959) Correio do Sertão (1902 e 1903) O Contemporâneo (1917) A Voz do Povo (1927 a 1949) O Progresso de Ourinhos (1965 a 1977) Diário da Sorocabana (1958 a 1996) Debate (1977 a 1989) Tempo de Avanço (1968 e 1969) Balaio Cultural (2007 a 2012) A Gazeta Esportiva (1973 e 1974) A Voz do Estudante (1956 e 1966) Edição Eventos (1988) O Regional (1956) Tribuna Escolar (1958) Correio de Notícias
Fotos Filmes Exposição Termo de Uso Tutorial Créditos
Arquivo de Lembranças
Autores
Galeria Virtual
A(o)gosto das Letras