Estação, foste a primeira
noutros tempos da cidade.
Cortejou-te a realeza
nos quartéis da mocidade.
Agora te vejo presa
ao destino que me invade,
me trazendo mais tristeza
pelos trilhos da saudade.
Ontem, pompa e fidalguia;
hoje, pobre e abandonada...
Velha estação, que ironia,
quanta lembrança perdida,
com tanto trem de chegada,
com muito mais de partida!...
Publicado em Poemas do Vale (1993)