Continuamente, não se fala em banda
sem dizer logo que ela vai passar,
pobre lugar-comum com que se manda
dizer que a banda nunca tem lugar.
de fato, quantas delas em ciranda
se foram sem lembrança nos deixar...
Umas cuja memória o tempo abranda,
outras que a ingratidão fez se calar.
No entanto, se por tolo pensamento,
alguém disser que toda banda passa,
como se fosse regra o esquecimento,
ao ver a nossa, não dirá de novo,
pois a do Américo estará na praça,
que é eternamente o coração de povo.
(Publicado em Poemas do Vale, 1993)